Em 1923 foi inaugurado o Estádio do Guarany, que décadas mais tarde ficaria conhecido como pastinho. Três anos depois, o Bugre liderava a sua região no campeonato do interior de 1926/27 quando foi convidado pela APSA (Associação Paulista de Sports Atléticos) a integrar o campeonato Paulista da divisão principal, deixando de participar do campeonato do interior.
Estádio do Guarany – Pastinho
Pouco depois de sua fundação, o Bugre conseguiu, junto ao Poder Público, autorização de uso de um campo de terra batida, na confluência das ruas Dr. Salles de Oliveira e Francisco Theodoro, na Vila Industrial. Era chamado de “Ground da Villa Industrial”
Dois anos depois, passou a usar outro campo, agora localizado ao lado de uma rua de terra, travessa da Rua José Paulino, chamada Barão Geraldo de Rezende, no bairro Guanabara, pertencente a Dona Libânia, viúva de Joaquim Policarpo Aranha, o Barão de Itapura.
Em 1918, cogitou-se, sob a presidência de Carmine Alberti, adquirir um terreno e construir a praça de esportes que o clube necessitava. Embora treinasse no “Ground do Guanabara”, o Guarani mandava seus jogos no Hipódromo Campineiro, onde havia um campo que era alugado para os times da Cidade. Para dar seqüência a esse ambicioso sonho (nenhum clube de futebol de Campinas tinha estádio particular àquela época), foi criada a “Comissão Pró Estádio”, formada por João Pereira Ribeiro (Presidente), Frederico Borghi (Tesoureiro), João Silveira Bello (Secretário) e que ainda tinha como membros os bugrinos Mateus Romeiro Pinto, Vicente Canecchio e Alfredo M. Maia.
Em 1921, após a morte da Baronesa, o Clube negociou com a herdeira, Dona Isolethe Augusta de Souza Aranha (tia do pioneiro bugrino Egydio de Souza Aranha), e conseguiu comprar aquela área do bairro Guanabara, de pouco mais de 22.000 m², iniciando uma série de campanhas para arrecadação de fundos, incluindo-se uma grande quermesse. A escritura de compra e venda foi lavrada no dia 4 de janeiro de 1922, mediante pagamento de 19.847$700 a Dona Isolethe. Para conseguir os recursos necessários para as obras de construção das arquibancadas e vestiários, o clube acabou fazendo um empréstimo, hipotecando o terreno.
Num domingo pela manhã, 15 de julho de 1923, a diretoria bugrina, liderada pelo presidente Antonio Albino Jr, e inúmeros torcedores se acotovelavam na frente da Estação Ferroviária da Cia. Paulista. Ali chegava o poderoso Club Athletico Paulistano, comandado pelo grande astro do futebol brasileiro Artur Friedenreich. Da estação, os visitantes foram levados a pontos pitorescos de Campinas. Após um almoço servido no Restaurante do Bosque dos Jequitibás, o Paulistano foi conduzido ao “Estadium do Guarany”, já completamente abarrotado de torcedores bugrinos.
O Guarani Futebol Clube, para a inauguração de seu primeiro estádio, entrou em campo formado com Pacheco; Joca e Tavares; Deputado, Juca e Joaquim; Miguel, Zequinha, Barbanera, Nerino e Pilla. O visitante Club Athletico Paulistano, por sua vez, entrou em campo com Tidoca; Clodoaldo e Guarani; Sergio, Tango e Abate; Formiguinha, Hermógenes, Friedenreich, Mestre e Netinho. Responsável por ter conseguido o jogo, o benemérito bugrino Nagib José de Barros foi o árbitro da partida.
No jogo, o bravo Guarani conquistou a vitória por 1 X 0, com um gol de Zequinha, aos 36 min. do 2º tempo. Encerrada a partida, a torcida fez grande festa pelas ruas até o centro da Cidade, comemorando o duplo feito.
Títulos e Conquistas
1920 – Bicampeão Campineiro – AFC
1921 – Vice-campeão Regional (Zona Paulista) – APEA
1926 – Campeão Regional (2ª Região) – APEA
1928 – Vice-campeão do Torneio-Início do Campeonato Paulista – APEA