Título brasileiro completa 40 anos. Confira o especial!

Salve o Guarani, salve o Bugre. O grande campeão, o bravo guerreiro. Tu és puro brasileiro. Orgulho desta nação. De verde Campinas surgiste imponente e varonil para no campo da luta sagrar-se campeão do meu Brasil. Da terra das andorinhas de Carlos Gomes, de tantas glórias mil. Bugre maravilhoso, tens o Brinco de Ouro e a torcida mais gentil.

Foi desta forma que o narrador Osmar Santos – na época integrante da Rádio Globo -, registrou, em 13/08/1978, o título brasileiro do Guarani. Nesta segunda-feira (13), o Bugre comemora 40 anos deste acontecimento histórico e, até hoje, permanece como único time do interior do país a conquistar tal feito. Mas como foi possível realizar este feito, como, um time do interior, com um técnico desconhecidos, jogadores jovens e pouco investimento conseguiu chegar a maior glória do futebol nacional. Nós contamos pra você!

O Guarani iniciou a temporada de 1978 cercado de dúvidas. Comandado pelo presidente Ricardo Chuffi, o projeto Bugrino começou com uma aposta ousada. Carlos Alberto Silva. O treinador, até então desconhecido, foi o primeiro movimento de um plano ambicioso. Sem muito dinheiro em caixa, o planejamento traçado consistia em aproveitar os jogadores das categorias de base, garimpar bons jogadores no mercado e contratar jogadores experientes como peças pontuais.

A montagem daquele time começou em 17 de Janeiro. Aos 38 anos, Carlos Alberto Silva, desembarcou no Brinco de Ouro como um anônimo: “Cheguei aqui, subi, assinei contrato, passei no meio de todo mundo e ninguém me conheceu”, recordou o treinador, em entrevista ao Portal Terceiro Tempo, em 2011. Ali, começava uma relação que rendeu, em 2017, um busto ao maior ídolo da história Bugrina.

Vindo de um bom trabalho na Caldense, Carlos Alberto, formado em  Educação Física pela Universidade Federal de Minas Gerais, iniciou a montagem do elenco Bugrino subindo seis garotos das categorias de base para o profissional. Miranda, Mauro, Renato, Manguinha e Careca. O último, um dos maiores atacantes da história do futebol mundial, aos 17 anos de idade.

Depois de selecionar os meninos, o treinador partiu para o segundo passo no planejamento do elenco. Carlos Alberto foi ao mercado e garimpou bons valores para agregar ao time Bugrino. Como definido pelo próprio treinador, em entrevista ao Portal Terceiro Tempo, a montagem aconteceu embasado em pilares: “Montei o Guarani armando pilares. Precisava de um meio-campista que fosse representar a palavra do treinador, então peguei o Zé Carlos. Precisava de alguém que lançasse bolas a 70 metros, e eu tinha o Zenon, que fazia com uma maestria sem tamanho. Tinha um jogador excepcional taticamente, o Capitão”, afirmou o comandante, em 2011, ao  Portal Terceiro Tempo.

Zé Carlos chegou ao Bugre vindo do Cruzeiro, o veterano, com passagens pela Seleção Brasileira, agregou muito valor à equipe ao lado de nomes conhecidos como o goleiro Neneca – no Bugre desde 1976 -, Gomes – vindo do Saad em 1977 -, Édson – vindo do São Bento em 1975-, o maestro Zenon – contratado em 1976 junto ao Avaí -, Bozó – vindo do Santos -, e o próprio Capitão – contratação feita pelo treinador em 1978 junto ao XV de Piracicaba -.

Com uma base sólida formada, o Guarani estreou no Campeonato Brasileiro diante do Vasco, com derrota por 3 a 1, no Brinco de Ouro. Os números daquela conquista você confere na seção abaixo!

Em pé: Miranda, Zé Carlos, Mauro, Neneca, Edson e Gomes Abaixados: Capitão, Renato, Careca, Zenon e Bozó.

Números da conquista

Na oportunidade o Campeonato Brasileiro era disputado por 74 equipes. Na fase preliminar o Bugre realizou 11 partidas com 5 vitórias, 4 empates e 2 derrotas. Classificado à fase  semifinal, o Guarani realizou 8 partidas, sendo 3 vitórias, 3 empates e 2 derrotas. Na fase final foram 7 jogos, 6 vitórias e 1 derrota com destaque para o sonoro 3 a 0 diante do Internacional, no Beira-Rio.

A fase de quartas de final foi disputada em dois jogos. O Bugre venceu o Sport, na Ilha do Retiro, por 2 a 0 com gols de Zenon e Capitão, na partida de ida e no Brinco de Ouro aplicou uma goleada de 4 a 0. Na semifinal foi a vez de bater o Vasco.  No Brinco, 2 a 0. A partida para decidir o finalista aconteceu no Rio de Janeiro e o que se viu foi um show de Zenon. O Guarani venceu novamente por 2 a 1 e enfrentaria o Palmeiras nas finais.

Em 10/08/1978, o alviverde campineiro foi até São Paulo, no Morumbi, e com gol de pênalti de Zenon, venceu a primeira partida por 1 a o. Três dias depois, a grande final, em Campinas, com a presença de mais de 28 mil pessoas no Brinco de Ouro, o Bugre venceu também por 1 a 0, com gol do prodígio Careca.

Ao todo, a campanha do Guarani teve 32 partidas com 20 vitórias, 8 empates e 4 derrotas. Carlos Alberto Silva conseguiu um aproveitamento de mais de 70% no comando da equipe. A campanha também conta com um recorde que dura até hoje. As 11 vitórias em seguidas é a maior sequência de vitórias vigente no Campeonato Brasileiro da Série A.

Não foi só dentro de campo que o Guarani deu show. A torcida Bugrina, na final, lotou mais de 360 ônibus e lotou as arquibancadas do Morumbi. Entre os 104 mil torcedores no Morumbi, mais de 25 mil eram Bugrinos.

Homenagem

Em parceria com a Topper, o Guarani Futebol Clube lançou duas camisas comemorativas em alusão ao título de 1978. No intervalo do jogo diante do Fortaleza, no último sábado, Renato e Bozó representaram os campeões e apresentaram à toda torcida Bugrina os novos modelos. Confira!

Festa 40 Anos

Além disso, a diretoria do Guarani realizará nesta segunda-feira, no Salão Social, uma comemoração em homenagem ao título de 1978. O convite, você confere abaixo!

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