ÚNICO CAMPEÃO BRASILEIRO DO INTERIOR: Guarani celebra 43 anos da conquista

O dia 13 de agosto está eternizado na história do Guarani Futebol Clube e, nesta sexta-feira, a data é celebrada pelos 43 anos da conquista do título brasileiro pelo Bugre. A façanha do até hoje único CAMPEÃO BRASILEIRO DO INTERIOR foi alcançada com a vitória por 1 a 0 sobre o Palmeiras, em decisão disputada no Estádio Brinco de Ouro.

Comandado pelo até então desconhecido Carlos Alberto Silva, o Guarani encantou o País com um futebol competitivo e envolvente, com peças formadas nas categorias de base e outros atletas que chegaram para fortalecer um time que não sai da memória do torcedor bugrino.

Em 1978, o Campeonato Brasileiro foi disputado por 74 clubes e dividido em várias fases. O Guarani estreou com derrota para o Vasco, mas a recuperação foi imediata e o time alcançou a classificação para a etapa seguinte com direito à vitória no Dérbi com dois gols de Careca e goleadas sobre Confiança (5 a 0) e Itabuna (7 a 0).

Na segunda fase, mais uma vez a vaga foi garantida, ainda que a equipe fosse vista com desconfiança por muitos. Desconfiança e ironia como aconteceu em Porto Alegre antes da partida contra o Internacional. Mas o ‘ataque de circo’ chamado pela imprensa gaúcha deitou e rolou no Beira-Rio com uma inesquecível vitória por 3 a 0.

Depois daquele jogo, ainda houve um empate com o Goiás. A partir de então, ninguém mais foi capaz de segurar o Guarani. Até o fim do campeonato, o Alviverde embalou 11 vitórias consecutivas, que somadas ao triunfo no primeiro jogo do torneio de 1979, fazem com que o clube tenha a maior sequência de resultados positivos da história do Brasileirão.

A fase mata-mata, aliás, mostrou porque o Bugre foi o campeão incontestável. Nas quartas de final, vitória segura sobre o Sport em Recife por 2 a 0 e um show em Campinas com goleada por 4 a 0. Na semifinal, foi a vez de derrubar o Vasco. Mais um 2 a 0 no Brinco – com direito a sétima partida seguida sem sofrer gols – e, diante do Maracanã lotado por mais de 100 mil pessoas, Zenon foi o maestro da vitória por 2 a 1 que colocou o time na final.

A decisão colocou o Guarani frente a frente com o Palmeiras. Pela melhor campanha, o jogo final seria em Campinas, ainda que houvesse quem tentasse levar os dois duelos para a capital paulista. Em 10 de agosto, dezenas de milhares de torcedores bugrinos coloriram de verde e branco a Rodovia Anhanguera e marcaram presença no Morumbi. Em campo, o time correspondeu à altura. Com a malandragem de Careca ao sofrer pênalti de Leão e a categoria de Zenon na cobrança, o time venceu pelo placar mínimo e colocou a mão na taça.

Três dias depois, veio a consagração. Campinas se pintou de verde e, diante de um público de 28.287 pessoas, o Guarani alcançou a sua maior glória. No gol aos 36 minutos do primeiro tempo que nasceu de uma reposição de Neneca, o desvio de Renato, a finalização de Bozó e, no rebote, a conclusão certeira de Careca no cantinho direito do gol de entrada do Brinco de Ouro para explodir a massa bugrina e colocar a estrela dourada na camisa.

JOGOS DA CAMPANHA

26/03 – Guarani 1 x 3 Vasco
30/03 – Guarani 2 x 1 Bahia
06/04 – Guarani 2 x 0 CSA
09/04 – Vitória 0 x 0 Guarani
12/04 – CRB 1 x 1 Guarani
16/04 – Sergipe 0 x 0 Guarani
20/04 – Guarani 5 x 0 Confiança
23/04 – Guarani 2 x 1 Ponte Preta
30/04 – Guarani 7 x 0 Itabuna
11/05 – Volta Redonda 2 x 0 Guarani
14/05 – Botafogo-RJ 1 x 1 Guarani
21/05 – Guarani 1 x 1 São Paulo
24/05 – Brasília 0 x 3 Guarani
28/05 – Remo 5 x 1 Guarani
04/06 – Guarani 3 x 0 Caxias
07/06 – Vasco 2 x 2 Guarani
13/06 – Portuguesa 2 x 0 Guarani
20/06 – Guarani 0 x 0 Coritiba
24/06 – Guarani 2 x 0 Vila Nova-MG
02/07 – Internacional 0 x 3 Guarani
05/07 – Goiás 1 x 1 Guarani
08/07 – Guarani 2 x 1 Santos
12/07 – Guarani 1 x 0 Botafogo-PB
16/07 – Guarani 3 x 0 Goytacaz
19/07 – Guarani 1 x 0 Botafogo-SP
23/07 – Londrina 0 x 1 Guarani
27/07 – Sport 0 x 2 Guarani
30/07 – Guarani 4 x 0 Sport
02/08 – Guarani 2 x 0 Vasco
06/08 – Vasco 1 x 2 Guarani
10/08 – Palmeiras 0 x 1 Guarani
13/08 – Guarani 1 x 0 Palmeiras

NÚMEROS DA CAMPANHA

DESEMPENHO GERAL
32 jogos | 20 vitórias | 8 empates | 4 derrotas | 57 gols marcados | 22 gols sofridos

DESEMPENHO NO BRINCO DE OURO
17 jogos | 14 vitórias | 2 empates | 1 derrota | 39 gols marcados | 7 gols sofridos

DESEMPENHO COMO VISITANTE
15 jogos | 6 vitórias | 6 empates | 3 derrotas | 18 gols marcados | 15 gols sofridos

JOGADORES UTILIZADOS
Renato – 32 partidas
Edson e Mauro – 30 partidas
Capitão, Miranda, Neneca e Zé Carlos – 29 partidas
Careca – 28 partidas
Zenon – 27 partidas
Gomes e Macedo – 23 partidas
Bozó – 20 partidas
Manguinha – 16 partidas
Gersinho – 14 partidas
Adriano e Silveira – 12 partidas
Alexandre – 11 partidas
Cuca – 5 partidas
João Carlos e João Roberto – 3 partidas
Odair – 2 partidas
Antonio Carlos, Chiquinho e Tadeu – 1 partida

Biriguï, Marcos Paulo e Osnir também faziam parte do elenco, mas não atuaram

A comissão técnica contava com o técnico Carlos Alberto Silva, os preparadores fisícos Hélio José Maffia e Marcos Roberto da Silva, o treinador de goleiros Sidnei José Polli, o médico Dr. Luiz Gonçalves Simões, o fisioterapeuta Romildo Luiz Alves de Albuquerque, o massagista Dito Brás e os roupeiros Erzio Damico e José Carlos Ferreira.

A parte diretiva tinha o presidente Ricardo Chuffi, o vice Michel Abib, o diretor de futebol Mário Brocchi, o diretor de finanças Moacyr Pinto Ferraz e o administrador de esportes Jorge Corrêa da Conceição, o Joca.

ARTILHARIA
Careca e Zenon – 13 gols
Renato – 10 gols
Capitão – 6 gols
Miranda – 5 gols
Bozó – 3 gols
Macedo e Mauro – 2 gols
Gersinho e Gomes – 1 gol

Informações extraídas do livro 1978 – A Conquista da Estrela Dourada, do historiador José Ricardo Lenzi Mariolani

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