Guarani deixa bom primeiro tempo no vestiário e desperdiça redenção no dérbi

O Guarani teve nas mãos, desde o retorno do dérbi ao calendário do futebol brasileiro, a chance mais clara de vencer a aapp e colocar fim ao jejum que já passa dos sete anos no maior clássico do interior. Não conseguiu, entre outros fatores, por aparentemente não ter pernas para sustentar o primeiro tempo que fez no Brinco de Ouro.

Ir para o intervalo com o placar zerado soou injusto para o Bugre. Apesar dos sustos em chegadas de Camilo, Roger e Renato Cajá, o time alviverde teve o domínio do jogo e as melhores oportunidades. Se Ivan não fosse o goleiro que é, Lucas Crispim e Rondinelly provavelmente teriam comemorado gols no clássico. Michel Douglas e Arthur também passaram perto.

O Guarani focou muito do seu jogo pela esquerda, com Thallyson e a aproximação de Arthur Rezende (o melhor do time) e Davó (o pior). O lateral teve ainda mais liberdade com a escalação de Luiz Gustavo na função de volante para proteger a zaga. Dessa forma, Thiago Carpini espetou os dois alas, deu liberdade aos meias e ocupou o campo da aapp. Faltou o capricho para transformar o domínio em gol(s).

Pena, para o Bugre, que a atuação positiva ficou no intervalo. Para o segundo tempo, o time não deu tanto trabalho a Ivan como a torcida imaginava. Ficou preso no sistema defensivo armado por Gilson Kleina exclusivamente para travar o jogo e deu apenas dois chutes, um fraco, de Arthur, nas mãos do goleiro da aapp, e outro para fora, de Ricardinho, já nos movimentos finais.

O desempenho do Guarani piorou na medida que jogadores importantes cansaram. Lucas Crispim e Michel Douglas, poupados no meio de semana, atingiram o limite físico e tiveram que ser substituídos. Rondinelly atuou os 90 minutos, mas sem a mesma intensidade, assim como Arthur. As mudanças também não surtiram o efeito: Diego Cardoso lutou, Renanzinho mal pegou na bola.

Ao olhar para a tabela, o empate soa melhor do que é. O Guarani segue cinco pontos acima do Z-4, em 14º lugar, e com uma rodada a menos. Em tese, uma vitória nas últimas quatro partidas será suficiente para salvar um time dado como rebaixado na virada do primeiro para o segundo turno. Um feito e tanto para esse grupo de jogadores.

Mas é inegável que o Guarani desperdiçou, justamente contra sua maior rival e diante do seu maior público no ano, a chance de lavar a alma de um ano tão turbulento. Era uma ocasião especial, aquela oportunidade única, ainda mais por ter do outro lado, talvez, a aapp mais frágil dos últimos anos. Mas os limites técnicos e físicos impediram uma tarde redentora. Fica para 2020.

Fonte: Globo Esporte

Fotos: Thomaz Marostegan/ GloboEsporte.com

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